Historial do “Mensageiro da Poesia”

 

Tudo tem um princípio e o Mensageiro da Poesia -  Associação Cultural Poética de Amora também o teve.Tudo começou quando Luís Fernandes, recem chegado da Suíça e amante da arte de versejar, decidiu abrir as portas à Poesia criando um Boletim, ao invés de criar um negócio que lhe garantisse a subsistência, o que fez do concelho do Seixal pioneiro no género.

 Desde Abril de 1998 que o “jornal” (até 2004 mensal, passou depois a bimestral dadas as dificuldades financeiras), continua a chegar ininterruptamente, a muitas cidades e aldeias, de norte a sul de Portugal e estrangeiro. Sofreu algumas alterações, foi crescendo ao longo dos anos, de quatro passou para oito, depois para doze, chegando às actuais vinte e oito páginas.

Pode afirmar-se sem sombra para dúvidas, que o Mensageiro da Poesia - Associação Cultural Poética de Amora, nasceu do querer e muita vontade, sempre “por amor à camisola” do sócio número um, fundador, principal impulsionador e presidente da Direcção: Luís Filipe Fernandes.

Foi a sua residência que serviu de sede durante treze anos, e era também ali, que tudo era feito pela sua própria mão, muito embora coadjuvado pela esposa e filha mais nova, que foram as verdadeiras “mártires” de trabalho.

Houve contratempos sérios que foram ultrapassados, mas o maior anseio era um espaço próprio, o que não serviu de desculpa para parar. Como na história surgem sempre pessoas de boa vontade, treze anos depois, precisamente em Abril, apareceu alguém que deu asas a esse sonho: a Câmara Municipal do Seixal e a Junta de Freguesia de Amora.

Assim, o Mensageiro da Poesia , Associação Cultural Poética, está agora sedeado na Rua dos Vidreiros, Loja 5 (antigo Mercado de Amora).

E como uma corda puxa outra, surgiu a ideia de legalizar todo este trabalho e entusiasmo. Assim, um grupo pequeno mas unido, composto de apenas cinco elementos, no dia 20 de Outubro de 1998, assinou a escritura da Associação no Cartório Notarial do Seixal. Este momento foi para todos de alegria, uma vez que tinha acabado de se concretizar o que durante algum tempo não passava de um sonho. Foi afinal a recompensa do esforço e dedicação à terra que a muitos viu nascer, e a outros acolheu como filhos. Uma vez oficializada a Associação, foi eleita uma Direcção, a Assembleia e Conselho Fiscal.

Com muito trabalho, sem remuneração alguma, muitas vezes pondo dinheiro do próprio bolso, sobreviveu, vai-se mantendo com um esforço cada vez maior.

O título “Mensageiro da Poesia” e o logotipo, a pombinha branca assente no globo terrestre, significam acção, interacção, divulgação, amizade, solidariedade e partilha, que é no fundo, o  lema que orienta os seus responsáveis, levando ao mesmo tempo, as notícias, as actividades e a poesia ao mundo.

Conscientes que não é fácil agradar a Gregos e a Troianos, houve elementos que saíram, outros entraram, e com eles chegaram ideias novas que dão corpo e vida ao “Boletim Mensageiro da Poesia”.

Conta actualmente com cento e sessenta sócios, dos quais, apenas metade se encontra activa, ou seja, com as quotas em dia.

Em tempos, chegou a haver quem, em proveito próprio, tentasse aniquilar o Mensageiro, desviando verbas para criar outro boletim que afinal, “morreu nas cascas”. Num passado mais recente, outros episódios menos bons surgiram , mas o amor, a garra, a persistência e a honestidade dos seus órgãos sociais, mas principalmente de Luís Fernandes, falaram mais alto, o barco continua a navegar em águas calmas, e de certo chegará a bom porto.

Visando promover e divulgar a produção literária das suas gentes, o “Mensageiro da Poesia”, em colaboração com os sócios, autarquias locais e outras entidades, já editou dez livros; promoveu cinco concursos de poesia; realizou diversas exposições de poesia ilustrada; inúmeras tertúlias de fado e poesia; participou nas Festas Populares de Amora e Arrentela; é uma presença assídua na festa/Feira do Livro do Fogueteiro; organizou um espectáculo de solidariedade a favor da Associação dos Deficientes Autistas, e para algum associado em dificuldade,  para além da participação em eventos realizados pelos sócios nas suas terras de origem.

Conseguiu ultrapassar fronteiras, chega actualmente a diversos países da Europa, Brasil, Moçambique e Canadá, maioritariamente através de comunidades de emigrantes, tendo também estabelecido parcerias com academias e associações no nosso país irmão.

O grande objectivo das suas publicações é preservar o passado, divulgar a história de que o Seixal é muito rico, onde também estão radicados muitos e bons poetas, que assim deixam um registo para as gerações vindouras.

Nas páginas do Boletim “Mensageiro da Poesia, os poetas mostram a sua sensibilidade, descrevem o que os rodeia, falam da sua terra, da saudade, da ausência, das diversas facetas do amor, da inspiração… É afinal a poesia popular, a alma e as vivências do povo, é uma forma de comunicar, de dar a conhecer o que de melhor os poetas portugueses sabem e gostam de fazer.

Nos poemas, as palavras têm força, sentimento e sentido, é como que, descansar os olhos sobre águas pacíficas, sobre um calmo e terno crepúsculo, onde o poeta é o próprio poema, pois a poesia é um bem universal.

O Mensageiro procura levar paz e alegria a todos os cantos, procura modificar o mundo em que vive através de pequenas/grandes ações, dentro e fora da poesia. É portanto uma Associação de caráter cultural, e de desenvolvimento humano direcionado à promoção e difusão de valores e talentos em áreas artísticas tão diversas como a literatura,  música ou pintura…